29 de novembro de 2012

Não sejamos 8 ou 80

Interessante texto para reflexão retirado do site do Centro Acadêmico de Filosofia Prof. João Cruz Costa, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. E aí, concordam ou não?


Aos que menosprezam o centro acadêmico

É comum a opinião de que, ao entrar na faculdade, você tem que optar por um dos dois caminhos: estudar ou militar. Segundo essa idéia, ou você será um pelego ou será um esquerdista atrapalhado. Todavia, não há nada mais perigoso do que essa distinção entre “vida acadêmica” e “vida política”, essa concorrência entre assembleias e sala de aula.
Em primeiro lugar, essa concorrência é falsa por definição. Na sala de aula somos alunos, no centro acadêmico somos estudantes. Quer dizer, é impossível pressupor uma concorrência entre estudos e militância, pois é impossível que essa concorrência ocorra, dado que ambos são de naturezas (e ocorrem em tempos) diferentes. Quando estamos na sala de aula, na biblioteca, enfim, estamos no tempo da reflexão, estamos aprendendo constantemente um certo tema predefinido. Quando estamos no centro acadêmico, nas assembleias, estamos no tempo da ação (ou da ação refletida, se se quiser), estamos aprendendo fazendo. Ou seja, a “vida política” não apenas não concorre com a “vida acadêmica”, mas lhe é complementar, e, mais ainda, necessariamente complementar, dado que é impossível que a militância tome lugar de algo que lhe é de uma natureza diferente. Esta relação, é importante ressaltar, é biunívoca, ou seja, os estudos também não substituem a militância.
Em segundo lugar há uma questão que decorre da primeira: é a concorrência pelo tempo. Quer dizer, mesmo sendo verdade que, por definição, não há concorrência entre sala de aula e centro acadêmico, na prática temos que escolher um dos dois para “se dedicar mais”, isto é, não há tempo para os dois. Esse argumento, contudo, não é suficiente, pois se trata apenas de cada um organizar seu tempo melhor. Para os que estudam demais, é sempre possível (e bom, saudável) abrir uma ou duas horas por semana para o centro acadêmico (o que é pouquíssima coisa). Para os que “militam demais”, é preciso pedir que tomem vergonha na cara e vão para a sala de aula. Problema resolvido.
O terceiro problema, e provavelmente o pior, costuma ser visto apenas do lado dos que se dizem apenas alunos: “centro acadêmico é negócio do otário”, dizem, “vocês nunca vão fazer revolução, nunca vão mudar nada”. Sem entrar no mérito de se é verdade ou não que o centro acadêmico busca fazer a revolução, essa argumentação implica num problema filosófico: o que é mudar alguma coisa? Será que no mundo em que vivemos (na universidade em que estudamos) já não é suficientemente “revolucionário” questionar a ordem vigente?, tarefa própria do centro acadêmico. O C.A. é, assim, uma ilha no meio do mar (bravo) da academia. Com toda a bagunça de pesquisa, de aula, de organização de eventos, etc, é só pelo centro acadêmico que podemos “vislumbrar” tudo isso (a conseqüência mais natural é ficar impelido pelo desejo de mudança, mas essa também não é a questão aqui). Assim, com todo o respeito possível, parece que seria negócio de otário não participar do centro acadêmico, ficar só na “lengalenga” da sala de aula. (O argumento vale da mesma forma para quem fica só na militância).

Por fim, é importante lembrar que essa distinção entre “vida acadêmica” e “vida política” só pode ser feita conceitualmente (e, por isso, é tão perigosa se usada comumente no dia-a-dia), dado que na universidade a política está na academia, e vice-versa. Para compreender a universidade é necessário compreender a estrutura de poder dentro dela, e, para compreender a estrutura de poder é necessário compreender a universidade. O tempo reflexivo não se separa do tempo da ação. Daí mais um motivo para não deixar o centro acadêmico: fazê-lo é matar metade (no mínimo) da sua “vida acadêmica”, e justamente aquela mais importante, a que permite aplicar “de fato” o que se aprende na sala de aula para melhorar a sua vida (ou, se se for menos egoísta, para melhorar a sua universidade... se se for menos egoísta ainda, para melhorar o mundo).

28 de agosto de 2012

A greve nossa de cada dia


                Infelizmente as greves tem sido uma realidade cada vez mais frequente no cenário do serviço público brasileiro, sobretudo na Educação e mais particularmente nas Instituições Federais de Ensino Superior, incluindo nossa querida UFSCar.
              Muito se discute sobre os motivos das greves, se este é um instrumento válido ou não como forma de pressão e etc, mas este não é o objetivo deste post. Apesar das greves serem fruto de um processo que está sempre sofrendo a influencia de novos acontecimentos, o que iremos abordar aqui trata mais daquilo que é comum e que parece se repetir a cada nova greve. Bom, assim que vocês lerem o texto a seguir talvez fique mais claro o que queremos dizer.
               Este texto foi encontrado nos arquivos antigos do CA e refere-se a um manifesto escrito por um ex-aluno do curso de Psicologia da UFSCar sobre o momento de greve que os alunos e professores estavam vivendo em 1998. Só para contextualizar um pouco, segundo o site da Folha de São Paulo, em 1998 houve uma greve nacional realizada em conjunto pelos docentes e servidores das Ifes (Instituições Federais de Ensino Superior) e que perdurou por 103 dias, começando no dia 1º de abril daquele ano e estendendo-se até o dia 30 de junho. Apesar do texto ter sido escrito há 14 anos, ele ainda continua muito atual.

“Colega aluno ou professor,
A partir da leitura deste manifesto, realizada na reunião dos docentes do Departamento de Psicologia que ocorreu na segunda-feira, 22 de abril, às 14h, foi marcada outra reunião para quinta-feira, 25 de abril, às 9h no Anfiteatro da Babilônia I. O Conteúdo deste manifesto serve para orientar uma melhor interação professor-aluno neste momento de Greve.
             
Meu manifesto aos professores do curso de Psicologia da UFSCar.

       Refletindo nesse momento de greve sobre a interação professor-aluno, sinto-me insatisfeito em dois pontos: com a vossa participação nas Assembleias; na troca de informação políticas conosco, alunos.
         O primeiro ponto concluo juntando fatos para mim surpreendentes: a participação dos professores nos debates tem sido muito pequena. Tanto em número como em discussão.
           Quem sou eu para levantar o que acabo de descrever, mas a leitura que faço dessas observações é a seguinte: muitos que ali nas Assembleias não estavam, não o fizeram por outros motivos que não tenho e nem devo ter acesso. Entretanto, é aí que eu questiono: “O professor está resolvendo seus problemas particulares e demais afazeres profissionais, mas seriam as discussões das Assembleias algo que nada tem a ver com a sua vida?”.
       Em se tratando da discussão nos debates, comparado ao tópico acima, é menor ainda. E eu me pergunto: “Estariam os professores analisando psicologicamente a situação?”. Pois, os poucos que da voz ativa utilizaram foi por uma questão de ordem.
      Reconheço que essa expectativa eu não deveria criar, porém esperava um pouco mais de vossa participação. Aliás, relembro aqui que a orientação passada aos alunos deste curso é a de ter olhos críticos para poder questionar o que o mundo acadêmico oferece, sendo esse um recorte da realidade.
        E por falar em orientação, vou um pouco mais fundo. Parafraseando um momento há pouco vivido por nós aqui na Universidade, “que valores buscamos?”.
         Alguns de vocês são pais e aí que eu quero chegar. “Estariam vocês discutindo a situação em casa?”. Ou seria como muitas vezes ocorre nas famílias e eu vivo isso. Os pais para não demonstrarem a situação de insegurança e reflexão, nada ou muito pouco do que leem e assistem nos telejornais discutem com os filhos. No meu caso, na atual situação, sou orientado a não me envolver em passeatas, perder tempo com Assembleias, etc... “Vá estudar que você ganha mais!”.  A situação dos meus colegas não é muito diferente. Em alguns casos o pai diz: “Se forem cobrar mensalidades, eu pago”. Ou seja, a visão mercantilista é instigada em troca de um mínimo de ideias e valores políticos. Talvez a ideia de alguns pais, que em idade igual a de alguns professores, tenha suas razões. Pois alguns, senão viveram, acompanharam um período mais opressor na história política deste país. No entanto a minha geração convive com uma censura que permite, “teoricamente”, a liberdade de expressão.
         O segundo questionamento é sobre a nossa interação. Diz respeito a falta de discussão política dentro das salas de aula.
          Tenho certeza que se essa conversa, que nesse momento ocorre, fosse vivida em 5 ou 10 minutos das aulas ou, em uma aula do mês, a maneira de tratar a atual situação seria diferente. Sim, porque, mais uma vez vou aos fatos: sem falar dos boatos e Assembleias anteriores, até terça-feira, 16 de abril, dia no qual eu como aluno recebi três recados por parte dos colegas do DCE que interviram às aulas, não vi sequer um professor parar a aula para falar sobre o assunto. A não ser expressões como: “É, o negócio está feio”, ou “Vocês precisam se informar, é muito importante a participação de vocês”. Exceto em uma aula, o professor discutiu e aí sim falamos do que cada um está informado, o que significa se organizar num momento como esse e estar atento às votações em Assembleia. Contudo, mesmo sendo de grande utilidade as ideias que trocamos nesta aula, o entrosamento veio um pouco tarde.
           Mais uma expectativa por mim criada e não sei se posso exigir algo. Mas é frustrante saber que dos seis professores com quem me encontro com certeza toda semana (para não falar nos outros sem compromisso) nenhum interrompeu a sua santificada disciplina para discutirmos. E pior, cheguei a ouvir um professor dizer “E agora essa encheção de saco!”.
          Posso não estar certo em minha queixa. Vocês podem estar pensando, assim como já se falou em vossa Assembleia: “os alunos tem o seu diretório para se organizar”. Porém, trata-se até de economia saber que, com a orientação política em sala de aula, uma pessoa abre discussão para 40 falarem. Mesmo porque tenho colegas que, se não é o professor para solicitar uma discussão, eles fazem de conta que, assim como vocês, não se trata de algo tão importante como conduzir o curso.
           Conversando com os mesmos colegas a esse respeito, ouço sempre o consolo de que cada pessoa tem o seu ritmo, não adianta querer discutir se não há interesse. Mais uma vez me pergunto, e faço o mesmo a vocês: “Há 15 meses sem receber um reajuste salarial, com os recursos para se trabalhar deficitários, com a ameaça de em breve serem cobradas mensalidades para estudar, podendo a curto prazo ter nas escolas professores não graduados dando aulas; será que não é mais do que suficiente para perceber que uma das tragédias que todos os dias é vista à distância nos jornais, já nos envolve?”.
            Para terminar, gostaria de lembrar que enquanto os professores sentam, discutem, divergem, votam; enquanto não tem uma posição e uma ação definida, uma passeata e um jantar já foram realizados. E, diga-se de passagem, não vi um professor participar de qualquer um dos dois atos.
           Uma coisa é certa, alguns alunos já discutiram e estão agindo. Se é a melhor opção, não sei. O que sei é que algumas atitudes já estão sendo tomadas. E, parte do Departamento de Psicologia, se uma interação professor-aluno estivesse vem resolvida, tanto vocês, como outros colegas meus estariam tendo uma maior participação nesta greve.
Atenciosamente,

Erik Luca de Mello”

16 de agosto de 2012

Livros para Download


Salve galera!

O CA Psico disponibiliza para vocês em primeira mão diversos links para download de obras fundamentais para o estudo da Psicologia. Esta é só uma prévia, assim que formos achando novos links de outras obras disponibilizamos aqui para vocês! Boas leituras!



Obras Completas de Sigmund Freud

           São 23 volumes digitalizados remetentes a sua obra traduzida da versão inglesa por Ernest Jones, seu biógrafo oficial.
Os primeiros volumes foram publicados no início da década de 70 e desde então a edição vem sendo continuamente revisada, sem que, no entanto, tenha se produzido qualquer alteração significativa na tradução original.
Tais livros são um marco na história da psicologia e leitura indispensável para os interessados em uma formação psicanalítica.




Introdução à Psicologia

Livro “Psicologias uma Introdução ao Estudo de Psicologia” - Odair Furtado; Maria de Lourdes T.; Ana Merces Bahia Bock.

Numa linguagem coloquial, clara e direta, a obra aborda as várias áreas de conhecimento da Psicologia, desde a sua história e caracterização até os temas da atualidade, com o rigor técnico necessário e sempre sob a ótica da Psicologia. 

Link 1:





Skinner e Behaviorismo

Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. 

  • WALDEN II - Uma Sociedade do Futuro (1948)
O livro sugere que empreguemos o nosso conhecimento sobre o comportamento humano para criar um ambiente social onde levaremos vidas produtivas e criativas, sem com isso comprometer as possibilidades daqueles que nos seguirão, para que eles possam fazer o mesmo.

  • Ciência e comportamento humano (1953):
”Muitas pessoas interessadas no comportamento humano não sentem a necessidade de padrões e critérios de prova, característicos de uma ciência exata; as uniformidades no comportamento são óbvias mesmo sem eles. Ao mesmo tempo, relutam em aceitar as conclusões que tais provas inevitavelmente apontam, se não sentirem por si próprios a uniformidade. Mas estas idiossincrasias são um luxo dispendioso. Não é preciso defender os métodos da ciência na sua aplicação ao comportamento. As técnicas matemáticas e experimentais usadas para descobrir e expressar uniformidades são propriedade comum da ciência em geral. Quase todas as disciplinas têm contribuído para essa fonte de recursos, e todas as disciplinas se servem dela. As vantagens disso estão bastante demonstradas.”

  • Comportamento Verbal (1957):
Skinner apresenta uma proposta de estudo para os fenômenos tradicionalmente chamados de linguagem. Além de nova, esta proposta era revolucionária quando comparada ao tratamento dado até então para estes fenômenos, o que pode justificar discussões teóricas sobre o conceito de comportamento verbal que perduram até os dias de hoje.

  • Sobre o Behaviorismo (1974):
Livro de Skinner que apresenta, em linguagem concisa e acessível, sua visão do behaviorismo, expondo-lhe os conceitos básicos, discutindo-lhe as implicações mais gerais no campo do conhecimento e refutando as interpretações distorcidas dele, veiculadas por seus opositores.

  • Outras obras:
A psicologia pode ser uma ciência da mente?




10 de julho de 2012

Eis que renasce um blog!

Todo mundo que já passou por um Centro Acadêmico sabe o quanto é fundamental a participação dos estudantes para este espaço funcionar. E justamente por depender da participação dos estudantes o CA está em constante processo de mudança.
E como todo movimento em que as pessoas mudam, temos nossos altos e baixos, momentos em que não tem reunião por falta de gente e momentos em que as pessoas na reunião já não cabem mais na sala!
A gente vai segurando as pontas como pode e agora que depois de tantos anos o CA Psico retornou a sua forma de organização por chapas eleitas, conseguirmos finalmente retomar este blog que estava abandonado, esquecido e jogado às traças (vide últimas postagens).
Pois bem, antes tarde do que nunca! Agora, com um layout renovado (embora amador), com páginas fixas no menu e outras coisas que ainda estão por vir esperamos tornar desse blog mais um canal de comunicação entre o CA e os estudantes do curso de Psicologia da UFSCar.
Se você quer publicar um texto seu ou ser colaborador do blog, não se acanhe, mande um email para capsicoufscar@gmail.com ou entre em contato com algum dos membros da atual gestão.

Esse espaço é nosso!


28 de fevereiro de 2007

Matricula 2007

A bixarada chegando!!!
Algumas fotos da matrícula para a gente ir se animando!!!





Os preparativos na noite anterior...
tinha até bixos na reunião!!!



















Veteranos a espera de seus bixos!!!!













Bixete passando pelo corredor da morte!!
ela está sendo pintada até pela mãe!!!









A melancia atômica!!!!
Agora quase uma tradição da matrícula!!!!
BEBE BIXETE!!!!












Olha só quanta tinta!!!
Essas vão se vingar nos bixos do anos que vem!!
Mais bixetes!!!
ããã, psico integração!
Bixos do mestrado também são pitados!!!
Parabéns para vocês também!!
Que bom que vão passar mais alguns anos na federal!!!
O Duracel não escapa nem no 5o ano!!!
E cade os bixos deste ano???
Nenhuma foto de um bixão???
Calma, que na bixarada esses homens aparecem!!!